quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Balada de tardio encanto 
 Vivo a permuta dos sonhos: Sou de junco, barro, poeira. Entrelaço coisas e destinos Insinuo rota, sinal, aforismo Improviso sismos e abismos Sou inoportuno ao despertar Espirro reticências e pausas Camuflo casulos e aplausos Tenho gosto para relevância De carpir o leito das palavras Dar sobrevida a um fino gesto De montar susto no improviso Aplaco distancias com o olhar Alterno preces, coitos, abraços Revelo as dores na minha pele Irmano migalhas aos pedaços Transito entre o que me chega Ao que desafia sina e sortilégio Mas nada posso contra o verbo Vago vazio sem nenhum rastro...
Brasil de todas as faces.
Brasil terra de muitos povos, De muitas segregações, Dores e lamentações que ecoaram, E ecoam neste imenso chão. Índios e Negros despidos de sua dignidade; Eram reis e rainhas em suas aldeias, Que pela ignorância da força... Tornaram-se escravos da Ideologia. Pela força do trabalho, Ergueram este país. Mas que ainda hoje, Ouve-se dizer negro não é gente, Índio é bicho do desconhecido. Fica aqui o nosso apelo, De um Brasil mais justo e fraterno. Que todas as pessoas de muitos continentes, Que aqui migraram e se instaram, Se respeitem e evitem a indiferença, Formando e vivendo uma verdadeira igualdade. Brasil terra mãe do Índio; Senzala do Negro. Do imigrante portuguese, italiano, alemão e outros mais... Brasil berço de muitas "culturas" Pátria "Amada por todos nós".
  Eronaldo Neri do Carmo Sapucaia